Risol

Não sei se trabalho por um trocado,
As mãos estão gastas, a cabeça a mil,
As contas chegam, é meio do mês
O frigorífico está vazio.
Os meus bolsos estão rotos, o dinheiro nem tem tempo de sobrar.
Enriquecemos o patrão, mas o funcionário só é pago para trabalhar, obeceder e nunca questionar.
Ficar doente, não é opcional.
Não digas que tens depressão, ou que ganhaste limitações por excesso de trabalho, vão rir-se de ti, o sistema não trabalha para te proteger,
se achaste o contrário,
então estás mais louco do que eu.
Ouvi dizer que não podemos sonhar alto,
Não temos esse direito, ninguém te diz em voz alta, mas tu olhas à tua volta e está escrito em todo lado.
O ordenado mínimo é o crachá da pobreza silênciada.
Vive-se para comer, pagar contas, mal chega para uma renda. Temos quase a corda ao pescoço,
Quase sem teto, estudar é um luxo, nem todos têm acesso, a ignorância mata.
E se tentas um caminho diferente, és louco, marginal, anti- sistema.
Temos liberdade de expressão, mas não somos livres.
Obecedemos a esta sociedade escrava e hipócrita, presos ao capitalismo.
Trabalhor sem diretos.
Somos humanos, mas não carregamos humanidade dentro de nós.
Enquanto houver desigualdade, enquanto houver pobreza, enquanto todos não tiverem direito iguais de acesso à educação, saúde, oportunidades de trabalho, direito à habitação:
Seremos meras marionetes a trabalhar, acreditando que os impostos que pagamos é para um bem maior.
São apenas para uma minoria.
Ninguém te diz, mas está visível em todo o lado.
@a_poetasentimental
#poetry#poesia#rendimentobásico#justiçasocial#igualdadesocial

1 year ago | [YT] | 1