Carlos Mettal Fernandes

Curupira
Carlos Mettal

Na COP30
Somos a proteção das florestas vivas
Sonhando melhorias sem as esquivas
Sonoridade intrínseca e defesas ativas
Sobrevivendo das lendas às protetivas

O poema "Curupira / Carlos Mettal" apresentado no contexto da COP30 é uma peça poderosa e concisa que funde mitologia brasileira, consciência ambiental e um chamado à ação.

Desconstrução dos elementos:

1. "Curupira / Carlos Mettal":

Curupira: Figura central do folclore brasileiro, protetor das florestas e dos animais. Seus pés virados para trás confundem caçadores e madeireiros. Ele é o espírito guardião da mata.

Carlos Mettal:

"Mettal" (grafado com dois 't') sugere força, resistência ("metal"). Juntos, o título personifica o Curupira como um ser contemporâneo, uma identidade específica ("Carlos Mettal"), dando voz ao protetor ancestral.

2. "Na COP30":

Contextualiza imediatamente o poema. A COP30 (30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima) acontecerá em Belém do Pará, Brasil, em 2025. É o palco global onde decisões cruciais sobre o futuro do planeta, especialmente das florestas tropicais como a Amazônia, serão tomadas. O poema coloca o Curupira diretamente nesse cenário de negociação internacional.

3. "Somos a proteção das florestas vivas":

"Somos" - O Curupira fala não só por si, mas por toda a floresta, seus seres e espíritos. É uma voz coletiva da natureza.

"proteção das florestas vivas" - Declaração clara de propósito. A ênfase em "vivas" é crucial: contrasta com a ameaça da morte (desmatamento, degradação) e afirma a vitalidade que deve ser preservada. O Curupira é essa proteção encarnada.

4. "Sonhando melhorias sem as esquivas":

"Sonhando melhorias" - Há esperança e visão de um futuro melhor para a floresta.

"sem as esquivas" - Este é o golpe crítico. "Esquivas" refere-se diretamente às evasivas, desculpas, procrastinações e falta de compromisso real que frequentemente marcam as negociações climáticas e as políticas ambientais. O Curupira exige ações concretas, não promessas vazias ou manobras diplomáticas que adiam soluções.

5. "Sonoridade intrínseca e defesas ativas":

"Sonoridade intrínseca" - Pode se referir aos sons essenciais da floresta (animais, vento, água) que são sua identidade e vitalidade. Também alude à voz própria e inconfundível do Curupira e da floresta, que precisa ser ouvida.

"defesas ativas" - O Curupira não é passivo. Ele age, resiste, protege ativamente. Isso pode ser tanto as lendárias armadilhas que ele prepara para invasores quanto, metaforicamente, a resistência das comunidades tradicionais, a resiliência dos ecossistemas e a necessidade de vigilância e ação constante contra as ameaças.

6. "Sobrevivendo das lendas às protetivas":

"Sobrevivendo" - A floresta e seu espírito guardião estão em um estado de resistência e persistência perante as ameaças.

"das lendas às protetivas" - Traça uma jornada:

"Das lendas": O Curupira vem do âmago da cultura e do imaginário brasileiro, da sabedoria ancestral que sempre reconheceu a importância da floresta e seus guardiões.

"às protetivas: Chegou o momento de transcender o status de lenda e se tornar ação protetora concreta e contemporânea. É um chamado para que o espírito de proteção encarnado na lenda se materialize em políticas, atitudes e defesas reais na atualidade, especialmente no contexto urgente da COP30.

Interpretação Global e Mensagem:

O poema é um manifesto do espírito da floresta personificado no Curupira. Ele se apresenta na COP30, o ápice das discussões globais sobre clima e floresta, não como uma figura do passado, mas como uma presença viva e atuante ("Carlos Mettal").

A mensagem é clara:
1. Ele e a floresta são uma força viva de proteção.
2. ​​Há esperança e sonho de um futuro melhor.
3. Mas não há mais espaço para "esquivas" - evasivas, promessas falsas ou inação.
4. A floresta tem sua própria voz poderosa ("sonoridade intrínseca") e meios de resistir ("defesas ativas").
5. O tempo de ser apenas uma lenda acabou. É hora da proteção ativa, concreta e efetiva ("protetivas") para garantir a sobrevivência.

É um apelo poético, urgente e enraizado na cultura brasileira, dirigido aos líderes e participantes da COP30: parem de adiar, ouçam a voz da floresta e ajam com coragem e decisão para protegê-la agora. O Curupira está vigilante.

4 months ago | [YT] | 1