Aprender Desenhando

A TAL DA "INFORMAÇÃO ESPECIFICADA"

Fui dar uma olhada na tal da "Informação Especificada" do William Dembsky, que seria esse "xeque mate" a qualquer explicação naturalista da origem dos genomas dos seres vivos, para ver se se tratava realmente daquele esquema infantil e simplório da slide do Luiz ou se existiria alguma definição um pouco mais técnica.
E realmente parece que é só uma analogia simplória e infantil mesmo.
O que esse Dembsky argumenta?
Ele argumenta (na verdade, ele nem sequer inventa o argumento, ele copia o termo do Leslie Orgel) que existiriam 3 tipos de sequências:

1. uma sequência repetida, por exemplo: ATATATATAT

2. Uma sequência randômica, por exemplo: asddfkjhhzx

3. Uma sequência que ele chama "complexa e especificada": NOMEIODOCAMINHOTINHAUMAPEDRA

Dai ele diz que o genoma conteria informação tipo a (3).
Obviamente qualquer geneticista daria risada vendo isso.
Além de ser uma analogia boba e não ser uma definição técnica, não funciona nem como analogia para o DNA, pois o genoma está cheio de (1), são chamados "tandem repeats": www.genome.gov/genetics-glossary/Tandem-Repeat#:~:….
Além disso, também há regiões cheias de (2), como centrômeros e telômeros, que possuem apenas função estrutural.
Mas vamos supor que essa ideia de "complexidade específica" se aplique apenas para as regiões codificantes do genoma, para genes que codificam proteínas, como diz o Dembsky no texto.
Ainda assim, a analogia (3) com um texto em português não se aplicaria, pois um texto em português vai quase sempre resultar incorreto se mudarmos apenas uma letra randômica e até nos casos em que uma palavra se torne outra com significado (no caso em que "casa" se torne "cara", por exemplo) ainda assim teremos a certeza que o significado do texto terá mudado. Ou seja, temos o 100% de probabilidade do significado do texto ser distorcido.
Na genética, ao contrário, muitas mutações randômicas até em genes codificadores de proteínas são neutras quanto à funcionalidade daquela proteína. Mudar um nucleotídeo naquela sequência, muitas vezes, resulta na mesma proteína, se entendermos como "mesma proteína" uma proteína que não apresenta necessariamente a mesma sequência primária, mas que apresenta a mesma sequência secundária, terciária e desempenha a mesma função (ou seja, apresenta as mesmas propriedades bioquímicas).
Em outras palavras, como já expliquei , a informação não é específica!

Fonte: billdembski.com/intelligent-design/specified-compl…

7 months ago (edited) | [YT] | 14