》BURACO NA PAREDE《
Não poderia ter sido eu.
Veja, a direção em que o concreto se projeta.
Um vizinho barulhento? Uma namorada irritada? Nunca saberei, Eu não estava em casa.
Eu espio por ela procurando uma pista.
Não! Não posso ver, Eu cambaleio, cego como um filme deixado ao sol.
Mas já é tarde, minhas retinas.
Já queimadas como uma cópia permanente daquela imagem sem sentido.
É apenas um pequeno buraco, não era muito claro.
Era muito profundo.
Estendendo-se eternamente em tudo.
Um buraco de infinitas escolhas.
Eu percebo agora, que eu não estava olhando para dentro.
Eu estava olhando para fora.
E ela, do outro lado, estava olhando para dentro.