O Despertar Coletivo

“Para o Zen não há dualidade, nenhum conflito entre o elemento natural do acaso e o elemento humano de controle. Os poderes construtivos da mente humana não são mais artificiais do que as ações formativas de plantas ou abelhas, de modo que, do ponto de vista do Zen, não é contradição dizer que a técnica artística é disciplina na espontaneidade e espontaneidade na disciplina."
― Alan W. Watts, O Caminho do Zen
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Temos o costume de ver as diferenças como dicotomias: a vida é diferente da morte, o bem é diferente do mal, a luz é diferente da escuridão, etc., e embora isso seja verdade por um lado, de maneira oculta, ambas polaridades são diferentes partes de um processo só.
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Uma dicotomia é uma divisão na qual o campo não é considerado como uma totalidade que possui suas características diferentes e interconectadas, mas como uma diversidade de forças não relacionadas e/ou competidoras entre si. O pensamento dicotomizado interfere na autogestão da consciência, pois gera tendências intolerantes em relação as diversidades que existem nas pessoas, nas situações e as varias faces da existência em si, que são muitas vezes paradoxais.
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É de grande importância desenvolver o que Alan Watts chamava de "pensamento polar", que não ser exatamente um pensamento mas sim uma forma de percepção onde a sensação e sentimento também estão envolvidos. O "pensamento polar" é ver a interconexão entre todas as coisas que parecem anularem-se mutuamente por serem "opostas". A importância nisso é enxergar a si mesmo de uma maneira completa, integrada, pois assim os conflitos podem ser usados de maneiras produtivas para gerar aprendizados e a criatividade necessária para transformarmos a nós mesmos, e assim o mundo.
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🖊️ @O.Bodisatva

3 years ago | [YT] | 5